A exodontia preventiva de terceiros molares, ou dentes do siso, representa uma conduta amplamente adotada na prática odontológica contemporânea, com o objetivo de mitigar potenciais complicações associadas à sua erupção, como lesões cariosas, doenças periodontais, cistos odontogênicos, reabsorções radiculares de elementos adjacentes, além de intercorrências ortodônticas e inflamatórias. A indicação cirúrgica precoce, quando bem fundamentada, pode favorecer o prognóstico clínico, desde que conduzida por profissionais capacitados e respaldada por um planejamento cirúrgico adequado. Entretanto, destaca-se a alveolite pós-operatória como uma das principais complicações associadas à exodontia de terceiros molares, com incidência variando entre 40% e 55% nesses casos. Essa condição, também denominada osteíte alveolar, caracteriza-se pela lise parcial ou total do coágulo sanguíneo intra-alveolar, resultando em dor intensa e persistente, halitose, disgeusia e exposição óssea. A etiopatogenia da alveolite ainda não é completamente elucidada, sendo discutidas, principalmente, as teorias fibrinolítica e bacteriana, as quais podem atuar de forma isolada ou sinérgica. Diante disso, é imprescindível que o cirurgião-dentista possua domínio sobre os fatores predisponentes, condutas profiláticas e estratégias terapêuticas atuais, assegurando uma abordagem cirúrgica segura, eficaz e baseada em evidências científicas.