Este capítulo de livro apresenta uma análise abrangente da pré-eclâmpsia grave, uma das principais emergências obstétricas, caracterizada por hipertensão após 20 semanas de gestação associada a disfunção orgânica materna e risco elevado de morbimortalidade materno-fetal. O objetivo é descrever a abordagem clínica desta condição, enfatizando critérios diagnósticos, sinais e sintomas, diagnóstico diferencial, monitorização materno-fetal e condutas terapêuticas baseadas em evidências. A metodologia adotada consiste em revisão narrativa da literatura nacional e internacional, com integração das recomendações da Organização Mundial da Saúde, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e do American College of Obstetricians and Gynecologists. Os principais resultados evidenciam que a pré-eclâmpsia grave decorre de placentação anômala, hipóxia placentária e disfunção endotelial sistêmica, resultando em complicações como síndrome HELLP, eclâmpsia, insuficiência renal, edema pulmonar, acidente vascular cerebral, restrição de crescimento intrauterino e óbito fetal ou neonatal. O manejo clínico deve priorizar estabilização materna, controle da pressão arterial, prevenção de convulsões com sulfato de magnésio e definição oportuna da interrupção da gestação, individualizando a via de parto conforme as condições clínicas. Conclui-se que o diagnóstico precoce, aliado a estratégias multidisciplinares e ao pré-natal de qualidade, permanece essencial para reduzir desfechos adversos, enquanto o acompanhamento pós-parto deve reconhecer a pré-eclâmpsia como marcador de risco cardiovascular futuro, integrando ações preventivas de longo prazo.