Resumo
O trabalho tem como objetivo avaliar a associação independente e combinada entre
hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM) na progressão da
doença renal crônica (DRC), utilizando parâmetros clínicos e laboratoriais
padronizados, com foco em estratégias de prevenção e rastreamento em
populações de risco. Métodos: Realizou-se uma revisão sistemática conforme o
protocolo PRISMA, com busca nas bases PubMed/MEDLINE até abril de 2025.
Foram incluídos estudos observacionais em adultos com HAS e/ou DM, excluindo
revisões e estudos de caso. A pergunta de pesquisa foi estruturada pelo acrônimo
PICO (População: adultos; Intervenção/Exposição: HAS e DM; Comparador: sem
HAS e DM; Desfecho: função renal/DRC). A extração de dados incluiu
características da amostra, desenho do estudo, intervenção/exposição, comparador
e desfechos. Resultados: Dos 29.599 artigos identificados, 29 foram selecionados
para análise. Resultados mostraram que HAS e DM, isoladamente ou combinados,
aumentaram significativamente o risco de progressão da DRC. Pacientes com DM
tiveram taxa anual de progressão de 4,1% (vs. 2,8% sem DM; p < 0,001), e a
presença de albuminúria elevada (UACR ≥300 mg/g) associou-se a maior risco (HR
= 4,56; IC 95%: 3,78–5,50). O controle inadequado da pressão arterial (<130/80
mmHg) e da glicemia (HbA1c >7%) acelerou a deterioração renal. Conclusões: HAS
e DM são fatores de risco independentes e sinérgicos para a progressão da DRC,
destacando a necessidade de controle rigoroso dessas condições e monitoramento
regular da função renal em populações de risco.
Palavras-chave: Hipertensão arterial, Diabetes mellitus, Doença renal crônica,
Fatores de risco, Progressão da doença