A crescente resistência a antimicrobianos sintéticos e a incidência de patógenos na saúde pública, como a Salmonella, têm despertado um grande interesse em pesquisas com espécies nativas brasileiras, na busca por compostos bioativos capazes de controlar diferentes patógenos. O objetivo deste estudo foi determinar o perfil fitoquímico dos extratos de folhas de Myrcia glomerata (G.Burton & E.Lucas), avaliar a atividade antimicrobiana frente a sorotipos de Salmonella avícola e a toxicidade sobre Artemia salina (L). Foram confeccionados os extratos metanólico (EM), etanólico (EE) e acetato de etila (EAE) e testados sobre sorotipos de Salmonella enterica. Os EM e EE apresentaram os melhores resultados quanto a prospecção fitoquímica, ambos apresentaram 9 classes de compostos secundários, sendo eles: esteróides, triterpenóides, taninos, alcalóides, cumarinas, saponinas, antocianinas, antocianidinas e flavonóides. Os três extratos apresentaram potencial bacteriostático e bactericida sobre os sorotipos de S. enterica, no entanto, o EM demonstrou melhor atividade antimicrobiana sobre os sorotipos testados. O EM foi classificado como atóxico e os EE e EAE apresentaram baixa toxicidade frente Artemia salina, sugerindo que as folhas de M. glomerata são uma alternativa promissora como fonte de compostos bioativos com potencial uso para o controle de salmonelose avícola.